Embora a razão seja comum a todos,
cada
um procede como se tivesse um pensamento próprio.
[...] O caminho que sobe e o caminho que desce
são o único e o mesmo. - Herakleitos
um procede como se tivesse um pensamento próprio.
[...] O caminho que sobe e o caminho que desce
são o único e o mesmo. - Herakleitos
Nada
sei do absoluto. Quase.
Um
ponto entre a mobilidade e o silêncio em toda carne, nem só carne. Sei que o
absoluto é um deus que me escuta e enxerga. O passado me repele em saltos ao
desconhecido.
Sei
também das noites em que repousava lentamente, e apertava com força descomunal,
uma mão na outra. Movimento encarnado, encontro do que não poderia ter sido e
foi. A existência reconciliada. Perpétua possibilidade. Estender-se, ser-se.
Invita-me palavras desusadas – amiúde, derna
muito – como um lugar criado na linguagem, um lugar metafísico em que possa
caminhar sem que seja estrangeira, como tudo. Exatamente livre. Ecos
epifânicos, partícipe de sua Bondade e o indelével, o inefável.
Sinto.
O silêncio que flui sobre nós, como o mormaço sobre o oásis, o orvalho sobre a
terra. Como coisa profética, como toda calma para o transe, saliva sobre a ferida.
Sei
que o busco, em vigília, com tudo - imersa de agoras e o tempo-quando. Sei que
o absoluto é um caminho, e que sou a sua morada.
*
3 comentários:
Nina,que doce dizer "Nada sei do absoluto.Quase" Uma sensibilidade lúcida!todo um poema belo!Graça
É o que eu sempre digo: é uma benção ler você. Um beijo, ninotchka.
Nina,
Teu movimento encarnado, do quase ao tudo, ao mesmo tempo morada e caminho, é o reverso da nostalgia: saudade do que poderia ter sido e não fora. Encontro consigo.
Um beijo, amiga!
Postar um comentário