terça-feira, 22 de janeiro de 2013

depois de um título de pierre reverdy


... não
me atrevo a me mirar, esta que só não é
silêncio [...]
caída. a casa
vazia, todas as horas
já passaram. as mãos já
não ocupam o lugar do nada.
anm animais, nem gente - tua
alegria contra a minha.

[tua: qualquer que possa existir além-isto]

algo cai em mim, «Sombra das Minhas Mãos»
como um verso, este verso «Os Homens Intratáveis».
cada gota confundida entre o rímel - chuva, oceano, lágrimas -
e é só a natureza, não poesia. onde gira o horizonte

como um verso, um título qualquer, não
me atrevo a atrevo me mirar, esta que só não é
silêncio, no texto.