quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

anotação no caderno azul de teoria da literatura 2

nunca aprendi ficar calada, cândida

uma mulher me fulminou com os olhos.
era professora. era quarta-feira.

estava a pensar o lastro
e o que pode ser caráter, leitura, função

o ar-condicionado pifou.

entre langue e parole comecei rabiscar
uns vazios e os nadas.

três caras estavam à minha frente
tinham óculos e barbas e olhares atentos.

a professora me seguia a gagueira

não sabia eu jakobson, lucáks, jauss, tynianov
falava eu os nadas e os vazios, gaguejava

quando a mulher me fulminava
e o mundo era uma casca de nós.


2 comentários:

Unknown disse...

um passeio pelos bosques da ficção



cheiro

Kamsiah yusoff disse...

was here & follow u dear..:)