chaos
de onde vim – belezas
e destroços, suam intensamente
tudo existe, dorme. até
que doa o útero, em desfio
gozam a doer profundamente, verdade
no rasgar das manhãs.
outro estudo pra o silêncio
a perene lembrança do teu nome deságua, diáfana
nas nascentes do meu rio mais comprido.
ceciliana
escorre o óleo do mundo - lima
de rícino, refino
mínima grama ou toda
canteiro, fecundo
a poesia é de quem
precisa, disse o carteiro
lhe ria. além a lama
ternas de exílio e poda
te revisito, o mundo - olha
entre as pernas.
manoelana
transbordam em mim reminiscências:
águas que me secam, redundâncias de me sentir.
se o ocaso está repleto de ciscos, reticências,
serei eu mais que o completo vazio?
(guardo meus olhos na sarjeta mais distante e suja)
composição em azul pra d. mocinha
ela não terá a nudez das camélias,
os pés descalços dos filhos de ancestrais tribos.
um pelo encravado bastava pra lhe sentir a carne,
um cheiro diferente na voz, os rios vermelhos.
uma terceira canção, srta. dunn, do alto das nuvens,
e já não estamos sós. enquanto me arde teu inverno,
brinco de alimentar os gatinhos e os cactos que murcharam.
descalça
não é a terra:
andam estrangeiros
meus pés
bachiana em dois movimentos pra villa-lobos
já volto, vou me inexistir.
no peito, aquela coisa de moer cana.
*
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5 comentários:
de torar,
cheiro
Que beleza de poemas. Baixei o teu livro, está entre os próximos na sequência das leituras - embora pretenda também adquirir a versão impressa, pela relação que se estabelece entre leitor e autor, intermediado por esse sutil que se toca. Katyuscia mostra isso muito bem no ensaio. As fotografias dela me deslumbram. Beijos. E parabéns!
Saudações, Nina
putz,
"já volto, vou me inexistir."
porreta até parar ou até varar
que demais as fotos
e
"no peito, aquela coisa de moer cana."
me chegou o imenso tacho de melado quente e as bananas verdes cozidas no melado
é um tudo que mexe
parabéns, linda Nina
beijos & beijos
Foi uma honra receber o livro (que viajou tanto para chegar até mim)!!!
Um prazer desbravá-lo, e uma delícia tê-lo levado para protagonizar a paisagem, que à poesia, neste dia, se rendeu.
Toquemos tambores, troquemos sensações, sempre.
Um grande beijo, "poetisa"!
Katy.
Fiadaputa!
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