Dizem que o Papa
João Paulo II é – ou era- o Papa das Multidões.
Quens dizem, não
sei. Fui à Santa Missa, como bazófia de criança,
Uma única vez:
queria saber do vinho que bebem aqueles ora ditos Castos.
Não me deram do
vinho, antes o que dizem o Corpo Ensanguentado,
Chantageador, de um
Cristo transubstanciado numa farinha
- como fina moeda –
que dizem “Hóstia Sagrada”. Quando soube o Casto
Padre que não tinha
qualquer comunhão com Seu Deus e que os Seus
Pares sequer me
haviam batizado, fui ex-comungada de sua Presença dita
Santa e nunca mais
pude saber o que dizem esses Castos, conquanto não fosse
Documento
histórico.
Em verdade, digo o
Papa das Multidões porque chegou-me às mãos um DVD.
Na capa, leio em
encarnado-negro, maiúsculo e centralizado:
LIMITE
Mas dentro da embalagem, sem qualquer
compaixão, saltou aos meus olhos
O Papa e Suas Multidões.
Como fazer qualquer Confissão, ainda
que esta significasse agostinianamente
Lançar-se numa busca interior que
permita o conhecimento de si e a expressão
Desse mesmo eu que, ao confessar,
reconhece a si e ao mundo?
Eu que nada sei dos abismos de mim
além de lançar-me a eles, ao puro sangre,
E sem qualquer tentativa de
conhecimento que não seja simplesmente Ser,
Que dizer dos meus deslimites, da
vileza? Da ânsia do velho,
De tudo que é maior que a Nobreza e
os labirintos de falésias
Senhor Morto e Papa, se abomino a
multidão – sem nenhum coração?
O Jardim Petrificado salvará minha
voz de outono
Quando tudo é Ruína e Só?
Senhor! Essa melancolia de Palmyra,
também é uma Alegria?
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