segunda-feira, 9 de setembro de 2013

POEMA SEM TÍTULO PARA M.

Dizem que o Papa João Paulo II é – ou era- o Papa das Multidões.

Quens dizem, não sei. Fui à Santa Missa, como bazófia de criança,
Uma única vez: queria saber do vinho que bebem aqueles ora ditos Castos.
Não me deram do vinho, antes o que dizem o Corpo Ensanguentado,
Chantageador, de um Cristo transubstanciado numa farinha
- como fina moeda – que dizem “Hóstia Sagrada”. Quando soube o Casto
Padre que não tinha qualquer comunhão com Seu Deus e que os Seus
Pares sequer me haviam batizado, fui ex-comungada de sua Presença dita
Santa e nunca mais pude saber o que dizem esses Castos, conquanto não fosse
Documento histórico.

Em verdade, digo o Papa das Multidões porque chegou-me às mãos um DVD.
Na capa, leio em encarnado-negro, maiúsculo e centralizado:

LIMITE

Mas dentro da embalagem, sem qualquer compaixão, saltou aos meus olhos
O Papa e Suas Multidões.

Como fazer qualquer Confissão, ainda que esta significasse agostinianamente
Lançar-se numa busca interior que permita o conhecimento de si e a expressão
Desse mesmo eu que, ao confessar, reconhece a si e ao mundo?

Eu que nada sei dos abismos de mim além de lançar-me a eles, ao puro sangre,
E sem qualquer tentativa de conhecimento que não seja simplesmente Ser,
Que dizer dos meus deslimites, da vileza? Da ânsia do velho,
De tudo que é maior que a Nobreza e os labirintos de falésias
Senhor Morto e Papa, se abomino a multidão – sem nenhum coração?

O Jardim Petrificado salvará minha voz de outono
Quando tudo é Ruína e Só?

Senhor! Essa melancolia de Palmyra, também é uma Alegria?


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